quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Aborto Espontaneo segundo o Espiritismo



Não desejamos falar aqui do aborto provocado, intencional, que traz conseqüências cármicas desastrosas àqueles que o praticam. Também não é oportuno para o momento discutir acerca da legalidade ou ilegalidade dessa conduta, uma vez que encontramos posicionamentos distintos nas várias regiões do planeta.




Dentro do encadeamento das idéias de família universal aqui desenvolvidas, desejamos tecer comentários sobre o aborto espontâneo. Ora, é cediço que o abortamento natural (não provocado) promove nos genitores dessa criança imenso abatimento diante da frustração de não terem em seus braços o bebê que tanto desejavam.

Para o espírito reencarnante, a decepção também é grande em ver obstada a possibilidade de uma nova existência.

Entretanto, nada acontece por acaso. Como explica Richard Simonetti, o abortamento espontâneo, “pode ser a conseqüência de uma recusa à maternidade no pretérito, envolvendo, não raro, o aborto criminoso. Quanto ao filho, ele pode estar comprometido com o mesmo crime ou com o desvario do suicídio, colhendo agora a frustração do anseio de reencarnar, com o que aprenderá a valorizar a vida”.

Os desencontros provocados pelo aborto serve de engrandecimento para essas almas afins, seja no amor ou no ajuste cármico para que, em novas tentativas, consigam equilibrar-se com bases sólidas nos ensinamentos cristãos e possam desenvolver dentro de si a aceitação de iniciarem uma jornada existencial unidos pelos laços de consangüinidade.




Regressao de memoria traz a tona casos de aborto

ELABORANDO A VIVÊNCIA

No processo de Terapia Regressiva Vivencial Peres, trabalha-se com um tema de cada vez, com uma série de regressões focalizando esse tema, nos diferentes períodos da vida do paciente. Entre uma regressão e outra, trabalha-se aquele conteúdo que aflorou na regressão, com o objetivo de conduzir o paciente e elaborá-lo. Essas sessões de elaboração e integração têm extrema importância para o paciente poder aproveitar da melhor forma possível aquela vivência, e utilizá-la no seu dia-a-dia na solução de seus problemas fazendo a relação entre os pensamentos, sentimentos, sensações e comportamentos vivenciados na regressão suas características atuais. Nessa série de regressões, é importante focalizar alguns períodos de vida, significativos, como idade adulta, adolescência, infância, nascimento, vida intra-uterina e supostas vidas passadas; momentos importantes em que a pessoa pode ter criado um padrão de comportamento negativo ou pode ter reforçado um padrão que já existia. Então, a vida intra-uterina sempre será vivenciada em regressão, em cada problema que o paciente trabalhar.

Existe algumas fases importantes no período gestacional, como: momentos e circunstâncias que precedem a concepção; suspeita da gravidez e confirmação da gravidez; período subseqüente da gestação e momentos que precedem o nascimento. Vejamos agora alguns exemplos clínicos de regressão à VIU.

DEPRESSÃO

E.F.G. mulher, 40 anos, solteira, engenheira. Queixa-se de depressão desde a adolescência. Sua mãe havia tido um aborto espontâneo, seis meses antes de engravidar dela. Parto difícil e demorado, quando a mãe sente medo e desespero. O paciente com dificuldade de relacionamento afetivo com os homens porque não aceitava-se como mulher. Dificuldade de relacionamento com a mãe, por sentir-se rejeitada por ela, e rejeitá-la também.

Vivências regressivas: Vivencia sua mãe se contorcendo de dor, assustada. Sente-se como em um turbilhão. Vai sentindo apertada. Sente que algo está dando errado. Sente-se fraca e com a respiração difícil. Tudo escuro. Mãe está com medo. A paciente diz que tem a impressão de estar cometendo suicídio. Tem um sentimento de fracasso. Mãe tem medo de engravidar. Sente vontade de ajudá-la a não ter medo, mas também tem um impulso de não querer nascer como mulher, porque acha que vai sofrer muito. Sente contra essa condição e medo de enfrentar a vida num corpo feminino. Não quer estar ali, sente-se contrariada. A paciente diz perceber que a mãe pressente que ela não quer estar ali e sente medo e insegurança. Diz que acha que transmite esses sentimentos para a mãe. Diz sentir provocar seu próprio abortamento, por não querer nascer, pelo medo de passar por todo sofrimento de novo; tem a sensação de fracasso e de culpa. Sente que aproveita o medo da mãe e provoca sensações desagradáveis no corpo dela, através de movimentos bruscos e desordenados, que fazem com que a mãe aumente o seu medo. Percebe sua mãe sonhando com um parto mal sucedido e sente que esse sonho exerce influência sobre ela.

E, ao mesmo tempo, também sente medo. A mãe vai ficando perturbada, descontrolada emocionalmente, deixa de ter cuidados com o próprio corpo e acaba tendo um aborto espontâneo.

Momento mais traumático: Abortamento.

Decisão: Eu me destruí. Sinto culpa por ter destruído essa chance.

Relação com o tema repressão: Não mereço viver. Sentimento de culpa e de fracasso. Autopunição através da depressão.

Redecisão: Eu aceito, valorizo e agradeço pela minha vida.

Mais ou menos de um terço dos abortos espontâneos, são clinicamente inexplicáveis; a mãe tem boa saúde e é fisicamente capaz de carregar uma criança em seu útero, mas suas dificuldades são emocionais. O pesquisador T. Verny concluiu que o temor ou o sentimento de sua responsabilidade e o medo de pôr no mundo uma criança anormal aumentam, organicamente, o risco de aborto espontâneo.

Através da TRVP percebemos que a mãe pode provocar um aborto espontâneo inconscientemente, através da falta de cuidado físico e emoções desequilibradas. Uma parte da responsabilidade pela gravidez também é do feto, que garante o bom funcionamento endócrino da gravidez e desencadeia uma parte das inúmeras mudanças físicas, pelas quais passa o corpo da mãe, para assegurar seu desenvolvimento e sua alimentação antes do nascimento. Ela produz substâncias, contribuindo ativamente para a sua sobrevivência.

Em outra regressão, essa paciente vivenciou novamente a vida intra-uterina, com a mesma mãe, agora na gestação da vida atual. Entrou em contato com uma sensação de que sempre deve estar em alerta, porque tem a impressão de que vai acontecer alguma coisa ruim. A mãe sente medo de abortar novamente e a paciente, na vivência dentro do útero, sente medo de morrer antes de nascer e medo de se movimentar. Fica imóvel com medo de assustá-la. Sentimento de culpa por estar desencadeando mal-estar em sua mãe. Sensação de angústia como se estivesse perdendo tempo.

Nessa vivência, surgiu um aspecto de depressão, medo, revolta, culpa. Sua depressão estava intimamente relacionada à revolta contra a própria vida, ou contra o próprio corpo feminino, situação financeira, cultura, raça etc., fazendo com que ela entrasse num processo de vitimização, sentimento de injustiça, desânimo, falta de motivação pela vida, tristeza. Essa paciente apresenta uma doença auto-imune, que pode ser melhor compreendida num processo de autopunição pela sua parcela de responsabilidade pelo aborto. Tinha também pesadelos, nos quais via-se girando num meio a um turbilhão.

Depois de esgotado o tema da depressão, essa mesma paciente trabalhou a dificuldade em aceitar-se como mulher e vivenciou em regressão um outro aspecto da vida intra-uterina: seus pais desejavam um filho do sexo masculino. Não queria decepcioná-los porque sabia que ela não era quem eles gostariam que fosse. Não queria nascer. Desenvolve então um padrão: “vou ser forte como um homem para satisfazê-los, para conquistar o amor deles”. Em algumas regressões anteriores, a paciente vivenciou cenas em que ela própria entendeu como, em vidas passadas, em que era homem, fez sofrer muitas mulheres, tratando-as como um ser inferior.

INSEGURANÇA

H.I.J. mulher, 48 anos, divorciada, empresária. Queixa-se de insegurança, manifestadas por medos, há 17 anos.

Vivências regressivas: Aos dois meses. Mãe está tomando algo ruim para abortá-la, sente desconforto na garganta e no nariz. “É para eu morrer, eu não quero morrer”. Sente a boca amarga. Percebe-se intoxicada fisicamente e pelo sentimento da mãe. Manifesta raiva da mãe por ela rejeitar a sua gravidez. Depois sente alívio por não ter morrido.

Diz que identifica pensamentos do tipo: “o mundo é ruim”. Percebe que a mãe esta passando fome porque sente uma fraqueza, uma queda da sua vitalidade.

Aos três meses. Sente que seu pai também quer matá-la. Pai bate na mãe e ela se percebe como se estivesse apanhando também. Apresenta dor no corpo e fica toda encolhida. Sente-se rejeitada.Tem medo de nascer e continua apanhando. “tenho que ser encolhida”, “tenho que ficar quieta”.Quer dizer para o pai que ela quer viver e dá um chute. Diz sentir-se como se estivesse chorando por dentro, como se estivesse saindo a tristeza de dentro dela, através do seu coração. A mãe sente-se também rejeitada pelo pai.

Aos quatro meses. Chora. “Ninguém me quer”. Encolhe-se toda. Mãe está triste e quer morrer. Ouve a mãe dizer: “O que eu fiz para merecer isso?”. Mãe refere-se às dificuldades financeiras, desprezo de sua família, mas a paciente diz que sente como se referisse a ela. Sentimento de querer dar forças à mãe. Sente que precisa morrer.

Momento mais traumático: Tentativa da mãe em provocar abortamento.

Decisão: “Se nem meus pais me querem, ninguém mais vai me querer, Não sou digna do amor de ninguém”.

Redecisão: “Eu me valorizo e me aproximo das pessoas, com amor”.

A paciente estava fixada no sentimento da vítima, acreditando que ninguém poderia querê-la; ela também afastava-se das pessoas e foi necessário em seu processo psicoterápico trazer a responsabilidade para ela mesma, para se tornar mais ativa, indo em direção às pessoas e melhorando sua auto-estima.

Seu sentimento de rejeição fazia com que nenhum afeto fosse suficiente, e fazia com que a paciente criasse uma defesa de também rejeitar os pais e sentir raiva deles. Ela apresentava um problema sério de relacionamento com os pais e com as pessoas em geral, pela insegurança, timidez e sentimento de incapacidade. Tinha uma personalidade independente por ter auto-estima comprometida. Após as sessões de regressão e da prática de suas redecisões, seus problemas foram plenamente solucionados.

Uma ligação intra-uterina sólida constitui a melhor proteção da criança contra os perigos do mundo externo. Através desses conhecimentos, mães e pais dispõem de uma oportunidade rica de participar da formação da personalidade de seu filho antes do nascimento, acionando suas tendências mais positivas, registrando nos níveis físico e espiritual, e incentivando nesse novo ser, sentimentos éticos de interesse e compreensão pelo outro de trabalho e doação.

Fica clara a responsabilidade dos pais de estimularem intelectualmente e afetivamente o novo ser, desde o início de sua vida intra-uterina, contribuindo para desenvolver suas melhores tendências, ensinamentos positivos, inibindo e diluindo as suas dificuldades.Para obter maiores informações sobre a Terapia Regressiva, poderá entrar e contato com a clinica do Dr. Júlio Peres através do telefone: (11) 288-6523

Notas: (Extraído da revista Cristã de Espiritismo 23, páginas 28-35)







10 comentários:

  1. Gostei muito da reportagem, me foi mto esclarecedora, pois há 1 ano, tive um aborto espontaneo e queria entender o porque isso aconteceu. Na época sofri mto por ter perdido o bebe, pois era de um relacionamento muito bonito que tenho e gostaria muitissimo de ter tido esse filho.

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  2. fazendo pesquisa sobre esse assunto,parei exatamente aqui e obtive uma boa informação no dia 19 de dezembro de 2009 eu tive um aborto espontâneo, não estoubuscando respostas, sóquero me fortalecer no entendimento da espiritualidade.
    obrigada
    se puder me add anamilychele@hotmail.com

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  3. obrigada por mi ajudar ,tive um aborto espontanho ontem e estou sofrendo muito pois ainda estou com o feto .Quero tirar mais o medico pediu para esperar ,estou muito triste ,esse bebe ja era toa amado porque isso acontece ? orem por mi obrigada....

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  4. Olá, eu não tive nenhum aborto mas, quando li as historias pensei o quanto somos egoistas a ponto de não imaginar o que acontece por tras de uma gestação, é por isso que me identifiquei, não quero engravidar, sempre pensei sobre isso e sempre tive a mesma opinião, tenho 33anos e acho que vou me casar, sabe, fico pensando em todas as dificuldades, não tenho emprego fixo, não tenho uma vida estabilizada para por uma criança neste mundo, fico pensando se isso pode de repente ser ruim para mim ou para alguem que talvez esteja esperando por algum motivo reencarnar atraves de mim, eu com essa resistencia há anos, e tambem por que meu namorado já tem filhos, esse é outro motivo, queria ter filhos com alguem que fosse pela primeira vez como eu, sentir toda novidade com o mesmo entusiasmo, ele vive dizendo o quanto o filho deu trabalho quando era pequeno, que tinha que fazer isso ou aquilo para dormir, eu não quero saber das experiencias dele, sei que esse é um pensamento egoista, por favor me auxiliem gostaria de uma palavra, por que não dá para ir ao centro daqui da cidade,desde já agradeço!fiquem com Deus!

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  5. Olá, amiga!!!

    Parabéns pelo blog, fonte de esclarecimentos para aqueles que ainda desconhecem as consequências de um ato desta natureza, nada louvável...
    Através da misericórdia do Senhor esperamos, ainda, ter a oportunidade de nos redimirmos de nossas faltas, muitas vezes praticadas por imprudência ou pelo desconhecimento de uma verdadeira conduta cristã, de amor e caridade, norteando nossas vidas.
    Contudo, creio que ainda há tempo, enquanto a fé, a esperança e a caridade estiverem acompanhando nosso caminhar.

    Obrigada,

    Lindas fotos da família!

    Muita paz e saúde a todos!!!

    Lina

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  6. OLÁ

    FAZ UMA SEMANA QUE PERDI MEU BEBE, ELE NÃO TINHA MAIS BATIDA CARDIACA, E O MEDICO MANDOU ESPERAR, FIQUEI COM O MEU BEBE MORTO DENTRO DE MIM ATÉ O ABORTO ACONTECER, FOI RUIM DEMAIS, ESPERO QUE NA PROXIMA VEZ DE TUDO CERTO, QUERO MUITO UM BEBE.....................

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  7. Bom dia...essa semana tive meu segundo aborto em menos de 1 ano. Sempre desejei muito esse filho, e tenho comigo um marido especial que deseja tanto quanto eu. A tristeza dói, mas nos dois casos, quando descobri que estava grávida, fiz uma oração e entreguei meu bebê nas mãos de Deus e Jesus. Não me revolto, eu entendo que ambos tinha que acontecer. Mas agora sinto e quero entender mais. Acho que esse texto me ajudou. Sou espírita desde criança, e quero procurar mais informação a respeito dos abortos espontâneos. Em alguns meses poderei voltar novamente a tentar, e dessa vez queria agir de modo diferente, espiritualmente falando. Mostrar para o espírito que me espera para vir à Terra, que não tenha medo, que venha, porque aqui existe muito amor, carinho e aprendizado. Neste momento também ainda estou no processo de abortamento, sangrando muito, mas porque o médico acha que pode ser prejudicial uma nova curetagem. Então sigo com fé, e todas as experiências me estão servindo de evolução, entendimento e aprendizado. Se alguém tiver sugestões de leituras espíritas sobre o tema, agradeço. Obrigada,fiquem com Deus.

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  8. Tive um aborto espontaneo hoje, e vim buscar maiores esclarecimentos sobre o assunto, antes de ter certeza do teste positivo, tinha medo de engravidar, mas assim q se confirmou a gravidez, ficamos muito felizes. E hj aconteceu o aborto. To sofrendo muito, mas foi muito esclarecedor este texto. Espero que tenhamos a oportunidade de engravidar de novo e receber com muito carinho esse espirito para juntos irmos nos edificando e aprendendo sempre com muito amor, carinho e dedicacao.

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  9. OLÁ AMIGA BOA NOITE, ESTOU LENDO SEU BLOG E TENTANDO ME CONFORTAR UM POUCO, FAZ UMA SEMANA QUE PERDI MAIS UM ANJINHO, COM ESSE FAZ-SE O SEXTO ANJINHO QUE PERCO EM CINCO ANOS DE TENTATIVAS E CURETAGENS, MAS SOU MÃE DE UMA MENINA DE 14 ANOS DO PRIMEIRO CASAMENTO. NÃO SEI O QUE ESPERAR AGORA, JÁ TENHO 40 ANOS DE IDADE E PRA MIM SERIA MARAVILHOSO TER OUTRO FILHO. ESTOU DESOLADA E SEM MUITAS ESPERANÇAS. QUE DEUS ME AJUDE A SAIR DE MAIS ESSA.

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  10. Olá meninas boa noite, eu perdi meu bebe ontem dia 19/07 e fique o tempo todo me perguntando o que eu fiz de tão errado para que ele(a) não quisesse vir comigo, bom eu estava de 2 meses, e logo que descobri a gravidez tive algumas brigas com o meu parceiro o que me levou a pensar em aborto, ele mencionou várias vezes me abandonar com o bebe, e isso me fez sentir rejeitada e acho que esse sentimento passou para o bebe, hoje depois do aborto me vejo sem chão com o coração destruido, pois já amava e sonhava esse bebe. Essa matéria me ajudou a entender o que pode ter acontecido pois eu não sabia que existia a vida intra-uterina. Agora vou orar por esse anjinho, eu já o amo mesmo sem ter o conhecido. Desejo a todas forças e que a Luz divina conforte os corações daquelas que também perderam seus bebes.

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